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    Categories: Direito Tributário

Ao apresentar dados como a queda de 29,3% na produção de veículos leves e pesados na comparação entre os meses de janeiro de 2016 e de 2015, a Anfavea (associação nacional das fabricantes de automóveis) aproveitou para reclamar dos impostos que incidem sobre o setor.

“Brasileiro paga dois e leva um”, disse Luiz Moan, presidente da entidade.

A associação fez comparações de preços e tributos pagos pelos carros no Brasil (cerca de 43%) e em outros países, além de mostrar valores de carros em dólar, com base na cotação média de dezembro.

Por essa conta, os carros vendidos no Brasil estariam entre os mais baratos do mundo. Um Fiat Palio Fire, por exemplo, que custa cerca de R$ 29 mil, seria vendido pelo equivalente a US$ 7.400. Contudo, o cálculo não considera a perda dos salários quando convertidos para a moeda americana.

Os dados serviram para exemplificar o tamanho da crise no setor. A queda de 29,3% na produção de carros de passeio, comerciais leves, ônibus é o pior resultado para janeiro desde 2003.

A retração no setor, com perda de rentabilidade devido também à alta do dólar, influi diretamente nas demissões. O número de empregados nas fabricantes filiadas à Anfavea caiu 10,2% em janeiro de 2016 em relação ao mesmo mês de 2015.

Atualmente, há 42 mil trabalhadores afastados temporariamente das linhas de montagem, seja pelo PPE (Programa de Proteção do Emprego), férias coletivas ou lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho).

As vendas de carros leves e de veículos pesados tiveram queda de 38,8% entre os meses de janeiro de 2016 e de 2015.

O presidente da Anfavea disse que as empresas continuam reduzindo a produção, para se ajustar à demanda. Fabricantes como Ford, GM, Fiat e VW aproveitarão o feriado de Carnaval para prorrogar períodos de férias coletivas e de interrupções pontuais nas linhas de montagem.

Os estoques tiveram queda entre dezembro e janeiro, mas continuam elevados. Há unidades suficientes para cobrir 49 dias de vendas, ante 52 do cálculo anterior.

Fonte: Folha de São Paulo

Apesar da queixa, a entidade não irá apresentar proposta de ajuste tributário ao governo, por considerar que esse não é um momento “politicamente correto” para isso.

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